Entenda os diferentes tipos de radiação e quais suas aplicações na área da saúde, bem como nas áreas de arqueologia, comunicação e indústria alimentícia.
A radiação consiste na emissão e deslocamento de energia na forma de partículas ou ondas eletromagnéticas por um emissor natural, como o Sol, ou a partir de equipamentos construídos pelo homem, como o raio-X ou mesmo rádios.
Apesar de um receio comum contra a radiação, sua presença em nosso dia a dia é recorrente, seja pelos raios ultravioletas emitidos pelo Sol ou por ondas de rádio AM e FM, exames médicos, tratamentos ou procedimentos estéticos.
Pensando nisso, é importante que entendamos quais são os diferentes tipos de radiação para que, assim, haja sempre uma exposição segura e consciente.
Quais as aplicações da radiação?
Inicialmente é importante esclarecer para que serve a radiação e quais são suas aplicações no dia a dia.
Ela é usada em diferentes áreas. A exemplo, na área de pesquisas arqueológicas, é aplicada para se fazer a datação de artefatos antigos e fósseis utilizando carbono-14.
Na indústria, por outro lado, a radiação é utilizada para a esterilização, controle de qualidade, aumento da durabilidade de alimentos e geração de energia.
No entanto, entre as aplicações mais conhecidas da radiação, destaca-se a da área médica, sendo aplicada tanto em exames como em tratamentos. Os exemplos de uso incluem:
tratamentos de câncer por meio da radioterapia;
diagnósticos médicos que utilizam da radiografia, mamografia, tomografia etc.;
medicina nuclear;
esterilização de materiais cirúrgicos;
controle de qualidade na indústria;
conservação de alimentos e redução de microorganismos;
datação de objetos antigos em estudos arqueológicos;
geração de energia elétrica em usinas nucleares.
Além desses usos, temos como a maior exposição radioativa aquele que ocorre em decorrência da luz solar. Contudo, cabe a nós aqui destacar que é necessária uma exposição intensa para causar danos celulares e, por isso, é fundamental fazer o uso de protetor solar.
Quais os tipos de radiação?
Diferente do que muitos pensam: sim, há diferentes tipos de radiação. Seus dois principais grupos são de radiação não ionizante e ionizante, dependendo dos níveis de energia e das consequências de cada uma. Confira a seguir:
Radiações não ionizantes
Inclui-se no grupo de radiação não ionizante aquelas com baixa energia e baixa frequência. Elas podem se propagar na forma de ondas eletromagnéticas, a partir de fontes naturais ou artificiais.
Em geral, esse tipo de radiação resulta na geração de luz ou calor, sendo alguns exemplos de uso cotidiano: lâmpadas, ondas de rádio, ondas dos celulares e radares, transmissão de televisores, redes Wi-Fi, entre outros.
A falta de informação sobre o tema levou a um mito referente à possibilidade dos celulares ou da internet causarem câncer, mas o que se sabe é que a radiação desses equipamentos não é diferente daquela que já era usada no rádio.
Radiações ionizantes
A radiação ionizante é aquela que tem maior energia quando comparada com a não ionizante e resulta na ionização dos materiais expostos a ela, sendo possível encontrá-la na natureza e também em equipamentos criados pelo homem.
A radiação ionizante pode ser dividida em três tipos que variam de acordo com o poder de penetração:
radiação beta: essas partículas têm uma elevada velocidade (270.000 km/s), podendo penetrar até 1 cm no corpo humano. Ela pode ser barrada, por exemplo, por uma folha de alumínio;
radiação alfa: apesar de um carga elétrica mais potente, essa partícula viaja com velocidade baixa (20.000 km/s) e não consegue ultrapassar células mortas na superfície da pele, sendo que uma folha de papel é suficiente para bloqueá-la.
radiação gama: é resultado da emissão de partículas alfa e beta, com velocidade média de 300.000 km/s, sendo capaz de penetrar no corpo humano. Para bloqueá-la são necessárias grossas camadas de chumbo ou concreto.
A radiação ionizante gama é usada na medicina nuclear, nos exames radiológicos e nos tratamentos radioterápicos.
Qual a importância do uso da radiação na saúde?
A descoberta da radiação e posteriormente de estudos que viabilizaram seu controle via equipamentos criados pela humanidade representou signitivamente à história da Medicina.
A radiação ionizante, que detém mais energia e pode penetrar no corpo humano, é usada em diferentes exames de diagnóstico como:
Além da aplicação no diagnóstico, muito do que conhecemos sobre a radiação deve-se ao seu uso nos tratamentos médicos, como em casos oncológicos, por meio da radioterapia.
A radiação, a depender da qualidade e intensidade de sua dose, pode causar mutações genéticas e danos às células. Tal capacidade é utilizada, sobretudo na área médica, com o objetivo de combater as células cancerígenas. Contudo, é importante aqui lembrar que seu uso de maneira inadequada ou exposição intensa, sem proteção, são prejudiciais à saúde.
A radiologia tem passado por modernizações constantes, como a radiologia digital para reduzir a exposição dos pacientes à radiação, telerradiologia e software de voz para laudo radiológico, por exemplo, mas todas essas possibilidades surgiram a partir do entendimento dos diferentes tipos de radiação e controle desse recurso.
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