UAI Conteúdos (foto: Reprodução Instagram) Ney Latorraca morreu em decorrência de uma sepse pulmonar, consequência do agravamento de um câncer de próstata Morreu o ator Ney Latorraca , de 80 anos, nesta quinta-feira (26). Ele estava internado desde o dia 20 de dezembro na clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. O artista foi vítima de um câncer de próstata e morreu de uma sepse pulmonar. Ney foi diagnosticado com a doença em 2019, chegou a ser operado e retirou a próstata. O câncer, no entanto, voltou em agosto deste ano, já com metástase – processo em que as células cancerígenas se desprendem do tumor original e se espalham para outras partes do corpo. Nas redes sociais, famosos como Sônia Abrão , Marcelo Médici , Enrique Diaz lamentaram a morte de Ney. "Que grande ator! Que grande perda no apagar das luzes de 2024",...
Marciano inventou em sua dupla o sertanejo como conhecemos hoje
Carlos Silva
Carlos Silva
em
Gerar link
Facebook
X
Pinterest
E-mail
Outros aplicativos
Do R7
Transformadores sem serem transgressores, dupla com João Mineiro abriu caminho para o pop. Luan Santana e companhia têm muito a agradecer
Reprodução
Marciano morreu nesta madrugada de sexta-feira (18) e levou consigo uma história que desenhou a nova música sertaneja, aquela que rompeu a barreira dos grotões e invadiu primeiro os toca-fitas, depois os CDplayers e por fim os celulares das classes média e alta, não só dos mais pobres.
Antes dele — e, sim, isso não é exagero —, a música sertaneja patinava no imenso muro que o Brasil dito rico impôs para que que a música essencialmente popular no país não passasse do quarto das empregadas e das casas daqueles que prestavam serviço a quem tinha dinheiro.
Quando as listas de YouTube ou de serviços de streaming de música não eram o principal meio para chegar ao ouvinte, o rádio cumpria esse papel. E havia uma divisão entre o que era chique (as rádios FMs) e o que era cafona ou coisa de pobre (as AMs).
Com Marciano, o sertanejo ficou pop.
Já havia Milionário (com quem formou dupla após a separação com João Mineiro) e José Rico e sua longa “Estrada da Vida”, mas mesmo o estrondoso sucesso da música não fez os trovadores do interior romperem esse limite.
Marciano não: era dele a composição “Fio de Cabelo”, aquela que inventa Chitãozinho e Xororó, mas que o autor jamais gravou. E foram dele e João Mineiro as gravações de “Ainda Ontem Chorei de Saudade” e “Seu Amor Ainda é Tudo”, de Moacyr Franco, que impulsionaram essas gravações com violas e tons de bolero para classes distintas daquelas que eles atingiam.
Entre 1986 e 1988, eles emplacaram essas duas canções nas FMs e os programas que exibiam esses músicos passaram a frequentar um horário mais nobre nas grades das emissoras de TV.
Um exemplo: a RecordTV tinha um programa dedicado para o assunto aos domingos pela manhã, o Canta Viola, com Geraldo Meirelles. Em 1987, ela já exibia em um horário mais nobre, durante a semana, o Especial Sertanejo de Marcelo Costa.
Quando a dupla estoura com os boleros de Moacyr Franco, ela abre caminho. E partir daí vieram Leandro e Leonardo em 1988, Zezé di Camargo e Luciano em 1991 e tantas outras duplas depois com a mesma fórmula daqueles dois hits.
Eles estavam enterrando uma geração que só conversava com as AMs para construir outra, urbana, já convencida de que o sertanejo era pop, sim. Para que isso fosse traduzido em grandes vendagens e recordes de execução foi um estalo.
Essa percepção do que o consumidor de música queria era tão clara que gerou absurdos como a recusa de João Mineiro em gravar “Fio de Cabelo” por acha-la velha demais.
Transformadores sem serem transgressores, João Mineiro e Marciano inventaram o sertanejo moderno. Luan Santana e companhia têm muito a agradecer a eles.