Usuários do WhatsApp de todo o mundo relataram que instabilidade no aplicativo de mensagens instantâneas no final da tarde desta quinta-feira (19). As redes sociais foram inundadas de relatos que falavam que o serviço estava fora do ar e usuários brasileiros tiveram receio que a interrupção tivesse a ver com alguma decisão judicial.
De acordo com o site "Downdetector", as reclamações começaram a surgir por volta das 15h30 e tiveram seu pico por volta das 18h. O termo "Meu WhatsApp" chegou a entrar no Trend Topic do Twitter no Brasil. A Europa e as Américas foram as mais afetadas pela instabilidade, segundo o "Downdetector".
No dia 2 de maio, o uso do WhatsApp foi suspenso no Brasil. Usuários passaram 25 horas sem enviar e receber mensagens instantâneas.
A assessoria de imprensa do aplicativo informou que ainda não tem um posicionamento sobre o que pode ter provocado a instabilidade no serviço.
WhatsApp na berlinda desde 2015
Em dezembro do ano passado, a Justiça mandou suspender o WhatsApp com base na lei do Marco Civil da Internet, que exige que serviços ofertados no país respeitem a legislação brasileira. O bloqueio devia durar 48 horas, mas no fim o aplicativo ficou 12 horas fora do ar.
Diversos recursos pediram a volta do aplicativo por considerar a ação exagerada ao deixar milhões de pessoas sem acesso ao app. A Oi foi uma das empresas que entrou com ação. Desta vez, nenhuma das operadoras se posicionou sobre entrar na Justiça para pedir o cancelamento do bloqueio.
Em fevereiro de 2015, a Justiça de Teresina, no Piauí, também determinou a suspensão do WhatsApp por não cumprir decisões judiciais. Mas as operadoras recorreram e o aplicativo não teve seu funcionamento suspenso.
O que dizem especialistas?
Especialistas interpretaram, na época, que era uma tentativa de forçar a empresa a colaborar com a investigação de crimes graves, já que as aplicações de multas não surtiam efeito.
Frederico Ceroy, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Digital, afirmou na época que a decisão abria um precedente no Judiciário brasileiro, especialmente pela postura "arredia" que o Facebook tem tido com a Justiça do país. "Se a empresa continuar se negando a fornecer os dados requeridos judicialmente, haverá um pedido por dia", disse o especialista.
Embora o WhatsApp alegue não ter as informações solicitadas pela Justiça brasileira, as autoridades, de acordo com Ceroy, pedem que sejam informados apenas os dados que possui. "Por exemplo, um determinado usuário usa o celular número tal, da operadora tal e se conectou com esse outro usuário da operadora tal. Não se quer ter acesso às conversas", afirma. "O que notamos é que há uma má vontade do app em colaborar."
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